quarta-feira, 24 de março de 2010

Personas

Masquerade!
Paper faces on parade ...
Masquerade!
Hide your face, so the world will never find you!

(Masquerade - Andrew Lloyd Webber/Charles Hart)



Duas máscaras de porcelana sobre a estante,
Marcam uma emoção significativa toda hora,
Cada uma com um gesto deveras relevante,
Uma delas sorri, enquanto a outra apenas chora.
Pergunto-me então o porquê dessas personas,
Véus enfeitados dessas tão sublimes expressões,
Almas insípidas sangrando debaixo das lonas,
Ocultando a verdade que existe em seus corações.

Talvez seja apenas uma mera suposição,
A que dessa vez venho recorrer,
Pois se máscaras representam emoção,
Como é que nós vamos saber?

Tudo o que sei é que personas sempre vão nos proteger,
Proteger talvez até de nós mesmos, do que está por vir,
Escondendo tudo o que não desejamos realmente saber,
Pois enquanto uma delas chora a outra se esbalda de rir.
Mas nem tudo na nossa fabulosa vida traz essas sensações,
Contendo toda essa gama assombrosa de falsidade em riste,
Pois a minha real máscara carrega apenas duas emoções,
Uma delas é deveras alegre, mas a outra está sempre triste.

(Romero Farias - 13/05/09)

Eu gosto muito de falar dessas coisas envolvendo mascaras. Na época em que comecei a escrever Personas estava passando por um momento meio tenso da minha vida. Meu irmão estava com problemas e as vezes surtava de dar gargalhadas à madrugada, por dormir no mesmo quarto que ele eu acordava e escondia meu rosto no travesseiro, triste, pedindo para ele melhorar eu chorava escondido. Contudo existem outros sentidos e outros motivadores que me levaram às personas. Há um versinho que não consegui encaixar na poesia e eu gostaria de deixá-lo aqui registrado:

De personas à lágrimas que nunca cairam,
O drama nasceu na minha alma,
Mas é diante de um espetáculo sangrento,
Que um grande ator perde a calma.
Sei que nesse show nunca me viram,
Talvez não seja esse o meu único tormento,
A máscara de que na infância todos riram,
Revela-se hoje o meu rosto de momento.


Bem, é isso. Essa estrofe é mais bem trabalhada...acho...pois eu a fiz recentemente. O poema das personas é de quase um ano atrás. Enfim, espero que tenham gostado.


Bom dia! ou boa tarde, ou boa noite....quem sabe a hora que está lendo isso? ;D
Bem, essa é minha primeira postagem nesse blog. Eu pretendo escrever algumas poesias e postar nele. Não sei bem como cheguei até aqui, tudo começou aos 10 anos quando fiz meus primeiros versinhos...Hoje, maior, estou a escrever esses mesmos versos, não há uma forma de dizer que melhorei, mas posso afirmar que gosto disso.
Uma vez ouvi dizer que quando não sabemos fazer nada, mas nada mesmo, viramos artistas...São palavras proferidas pelo Jumento da célebre peça Saltimbancos e que agora faço delas minhas.

O poema acima foi escrito nessa manhã enquanto observava o céu nublado. Ontem choveu, bastante, de certa forma fiquei pensativo. Às vezes eu fico pensando...as folhas não caem sozinhas...além do mais sempre há chance de nascer tudo de novo após o longo inverno. São essas metáforas que vieram à minha mente enquanto elaborava o "outono", mas a poesia, curta, não fala da estação em si, mas de uma história de separação e reencontro. Pense nisso por ora, postarei meus poemas antigos em breve.